Mais uma vez as assustadas hostes conservadoras recorrem ao fantasma do socialismo para apavorar os leitores. Numa mágica ideológica tiram da gaveta o decálogo do comunista Lênin, publicado em 1913, de modo a aterrorizar os potenciais eleitores nas próximas eleições. Só indivíduos formatados no maniqueísmo da guerra fria podem ainda acreditar no retrocesso da volta ao passado. Não se deixe enganar caro leitor. Apenas preste atenção ao meu relato, por sinal, muito mais cercano da gente do que aquele decálogo ultrapassado pela história.
As pessoas que viveram a experiência das ditaduras militares dos anos setenta devem recordar, especialmente nos países do MERCOSUL, a implantação de regimes de terror por parte de governos de extrema direita. Lembrem-se de dois exilados ilustres que tiveram que fugir do Brasil naquela época, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, entre outros.
O Plano de extermínio maciço de opositores aos regimes militares daquele período, atribuído a uma organização de extrema direita chamada “Operação Condor” entre 1974 a 1997, ajudou a restaurar a hegemonia estadunidense mediante um regime de terror nunca antes visto em América Latina. A primeira reunião da “Operação Condor” aconteceu entre novembro e dezembro de 1975, através de um encontro informal na casa do general Contreras, agente da Agência de Inteligência Chilena – DINA, no qual estavam presentes os chefes da Inteligência Militar de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, de modo a organizar uma operação destinada a realizar um trabalho multilateral dos agentes responsáveis de vigiar, encarcerar, torturar e repatriar opositores aos diferentes regimes que vigoravam na época.
A “Operação Condor” usou, segundo documentos desclassificados pelo Pentágono e publicados pela Revista Cover Action (1996), os serviços de funcionários da CIA como do FBI ligados diretamente ao Departamento de Estado Americano, entre os quais estava o agente Michael Townley, que teve participação no assassinato do general chileno Carlos Prats em Buenos Aires em 1974 e do ex-embaixador Orlando Letelier e sua secretária em Washington em 1976. A Divisão de Serviços Técnicos da CIA cedeu equipamentos elétricos de tortura aos militares brasileiros e paraguaios, capacitando-os sobre como deveria ser graduada a intensidade da voltagem para não exceder a capacidade de resistência humana, a qual eram submetidas às pessoas torturadas. Argentinos e chilenos, que cursaram a tristemente célebre Escola das Américas, com sede no Panamá, já eram experientes nessas atividades. Nos corredores sinistros das ditaduras militares que tanto envergonharam nossas terras latino-americanas, ouvem-se ainda os gritos desgarrados de milhares de seres anônimos dos quais foram tiradas até as últimas gotas de dignidade humana. Grande parte dessa história de horror foi descoberta por casualidade. Em 1992, o juiz paraguaio José Agustín Fernandez que estava investigando a morte de um professor, que tinha sido torturado nas dependências da Secional Política da Polícia de Investigações de Assunção, encontrou todos os documentos originais da “Operação Condor” misturados aos arquivos locais, numa quantidade tão volumosa que foi necessário o uso de vários veículos para transportá-los a um lugar apropriado para a pesquisa jurídica. Mais ainda, a Escola das Américas (SOA) inicialmente estabelecida no Panamá em 1946 e logo transferida para Fort Benning, em Columbus, Geórgia, treinou mais de 60 mil soldados latino-americanos em matérias tais como técnicas anti-subversivas, tiro, mecanismos de extorsão, tortura física e psicológica, inteligência militar e técnicas de interrogação, contra-insurgência, defesa interna e operações antidrogas. Essa “Escola de Assassinos” supera amplamente o decálogo leninista divulgado às fartas, usado sorrateiramente como intento para iniciar uma “caça as bruxas” de modo a criminalizar o pensamento progressista, e fazer acreditar, ao mesmo tempo, que temos comunistas dormindo embaixo da nossa cama.
As pessoas que viveram a experiência das ditaduras militares dos anos setenta devem recordar, especialmente nos países do MERCOSUL, a implantação de regimes de terror por parte de governos de extrema direita. Lembrem-se de dois exilados ilustres que tiveram que fugir do Brasil naquela época, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, entre outros.
O Plano de extermínio maciço de opositores aos regimes militares daquele período, atribuído a uma organização de extrema direita chamada “Operação Condor” entre 1974 a 1997, ajudou a restaurar a hegemonia estadunidense mediante um regime de terror nunca antes visto em América Latina. A primeira reunião da “Operação Condor” aconteceu entre novembro e dezembro de 1975, através de um encontro informal na casa do general Contreras, agente da Agência de Inteligência Chilena – DINA, no qual estavam presentes os chefes da Inteligência Militar de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, de modo a organizar uma operação destinada a realizar um trabalho multilateral dos agentes responsáveis de vigiar, encarcerar, torturar e repatriar opositores aos diferentes regimes que vigoravam na época.
A “Operação Condor” usou, segundo documentos desclassificados pelo Pentágono e publicados pela Revista Cover Action (1996), os serviços de funcionários da CIA como do FBI ligados diretamente ao Departamento de Estado Americano, entre os quais estava o agente Michael Townley, que teve participação no assassinato do general chileno Carlos Prats em Buenos Aires em 1974 e do ex-embaixador Orlando Letelier e sua secretária em Washington em 1976. A Divisão de Serviços Técnicos da CIA cedeu equipamentos elétricos de tortura aos militares brasileiros e paraguaios, capacitando-os sobre como deveria ser graduada a intensidade da voltagem para não exceder a capacidade de resistência humana, a qual eram submetidas às pessoas torturadas. Argentinos e chilenos, que cursaram a tristemente célebre Escola das Américas, com sede no Panamá, já eram experientes nessas atividades. Nos corredores sinistros das ditaduras militares que tanto envergonharam nossas terras latino-americanas, ouvem-se ainda os gritos desgarrados de milhares de seres anônimos dos quais foram tiradas até as últimas gotas de dignidade humana. Grande parte dessa história de horror foi descoberta por casualidade. Em 1992, o juiz paraguaio José Agustín Fernandez que estava investigando a morte de um professor, que tinha sido torturado nas dependências da Secional Política da Polícia de Investigações de Assunção, encontrou todos os documentos originais da “Operação Condor” misturados aos arquivos locais, numa quantidade tão volumosa que foi necessário o uso de vários veículos para transportá-los a um lugar apropriado para a pesquisa jurídica. Mais ainda, a Escola das Américas (SOA) inicialmente estabelecida no Panamá em 1946 e logo transferida para Fort Benning, em Columbus, Geórgia, treinou mais de 60 mil soldados latino-americanos em matérias tais como técnicas anti-subversivas, tiro, mecanismos de extorsão, tortura física e psicológica, inteligência militar e técnicas de interrogação, contra-insurgência, defesa interna e operações antidrogas. Essa “Escola de Assassinos” supera amplamente o decálogo leninista divulgado às fartas, usado sorrateiramente como intento para iniciar uma “caça as bruxas” de modo a criminalizar o pensamento progressista, e fazer acreditar, ao mesmo tempo, que temos comunistas dormindo embaixo da nossa cama.
Victor Alberto Danich
Sociólogo