Milhares de pessoas circulam todos os dias com celulares na mão, extasiadas por possuir um aparelho eletrônico que, em muitos casos, sacia a vaidade em substituição da utilidade. A revolução microeletrônica e a nova mídia recriaram uma tendência social que elimina os limites entre a existência e a aparência, entre a realidade e a simulação. Enquanto os seres humanos se evadem da realidade concreta buscando refúgio na realidade virtual, a mídia assume assustadoramente o poder sobre a consciência humana, tornando-a apenas um produto descartável e irreal. Para o homem comum que experimenta as maravilhas do acesso à alta tecnologia, torna-se difícil conceber que os critérios capitalistas de eficiência e sucesso, fundamentados apenas na economia da simulação, provoquem na racionalização da produção e dos serviços uma redução do rendimento do sistema.
Enquanto os anos de pós-guerra permitiram a criação de milhões de novos empregos e uma distribuição mais justa do consumo social que se estendeu até fins da década de 70, até o estado de bem-estar social entrar em decadência, dando espaço à nova revolução da microeletrônica, o trabalho produtivo tornou-se secundário perante o exuberante crescimento da moeda (como fetiche) da nova economia globalizada.
A configuração de um sistema de redes e multicanais de comunicação que tanto assombra as pessoas e que as desvia do foco das verdadeiras necessidades, é apenas a fachada dos lucros monumentais que as grandes corporações auferem, no mais pelo sucesso no mercado real direcionando a atender as necessidades do consumo social, mas pelas aplicações financeiras no mercado especulativo de capitais fictícios.
O ato de simular a realidade, na qual a existência da consciência humana é forjada através da tela do computador, leva-nos a lembrar o filme “Matrix” , um expoente da ficção científica, que nos faz suspeitar da transformação da realidade num ambiente subjetivo do nosso cotidiano, no qual todos nos encontramos clinicamente mortos num casulo refrigerado, e nosso cérebro é comandado por estímulos eletrônicos que nos simulam a vida e a experiência histórica.
Nesse caso, a humanidade, na sua totalidade, deve estar atenta aos indícios de que estamos transitando na direção de uma ordem trans-natural e trans-cultural, cujo sentido está longe de ser entendido, no qual o mundo se apresenta como reino do indeterminado, em que os meios de comunicação utilizam a capacidade social para produzir “efeitos da realidade”.
O imaginário se torna real, e o real, imaginário, que consiste na aniquilação dessa própria realidade, como resultado da incapacidade de perceber a dissociação entre o discurso e os feitos. Desse modo, a fragmentação da informação transforma-se na melhor ferramenta para a implantação de uma cultura de massa passiva, subordinada aos desígnios de novas formas de individualização e socialização, que pode, em ambos os casos, destruírem a esperança de desenvolver um novo modelo orientador e integrador do conhecimento, que ensine como aprender e transmitir, mantendo sempre o contato com a realidade social historicamente construída.
Victor Alberto Danich
Sociólogo – Prof. do Centro Universitário de Jaraguá do Sul/UNERJ
Enquanto os anos de pós-guerra permitiram a criação de milhões de novos empregos e uma distribuição mais justa do consumo social que se estendeu até fins da década de 70, até o estado de bem-estar social entrar em decadência, dando espaço à nova revolução da microeletrônica, o trabalho produtivo tornou-se secundário perante o exuberante crescimento da moeda (como fetiche) da nova economia globalizada.
A configuração de um sistema de redes e multicanais de comunicação que tanto assombra as pessoas e que as desvia do foco das verdadeiras necessidades, é apenas a fachada dos lucros monumentais que as grandes corporações auferem, no mais pelo sucesso no mercado real direcionando a atender as necessidades do consumo social, mas pelas aplicações financeiras no mercado especulativo de capitais fictícios.
O ato de simular a realidade, na qual a existência da consciência humana é forjada através da tela do computador, leva-nos a lembrar o filme “Matrix” , um expoente da ficção científica, que nos faz suspeitar da transformação da realidade num ambiente subjetivo do nosso cotidiano, no qual todos nos encontramos clinicamente mortos num casulo refrigerado, e nosso cérebro é comandado por estímulos eletrônicos que nos simulam a vida e a experiência histórica.
Nesse caso, a humanidade, na sua totalidade, deve estar atenta aos indícios de que estamos transitando na direção de uma ordem trans-natural e trans-cultural, cujo sentido está longe de ser entendido, no qual o mundo se apresenta como reino do indeterminado, em que os meios de comunicação utilizam a capacidade social para produzir “efeitos da realidade”.
O imaginário se torna real, e o real, imaginário, que consiste na aniquilação dessa própria realidade, como resultado da incapacidade de perceber a dissociação entre o discurso e os feitos. Desse modo, a fragmentação da informação transforma-se na melhor ferramenta para a implantação de uma cultura de massa passiva, subordinada aos desígnios de novas formas de individualização e socialização, que pode, em ambos os casos, destruírem a esperança de desenvolver um novo modelo orientador e integrador do conhecimento, que ensine como aprender e transmitir, mantendo sempre o contato com a realidade social historicamente construída.
Victor Alberto Danich
Sociólogo – Prof. do Centro Universitário de Jaraguá do Sul/UNERJ