Na Venezuela dos anos vinte, o poço de “La Rosa” lançava à superfície cem mil barris por dia. Ao mesmo tempo, o ouro negro coexistia no meio de imensos latifúndios, guardados zelosamente por fazendeiros que, a qualquer desvio, castigavam seus peões enterrando-os vivos até a cintura. A magnificência do lago de Maracaibo escondia nas suas entranhas um tesouro que só traria miséria e desgraça a muitas comunidades indígenas e de agricultores que, despojados de suas terras, foram compulsoriamente submetidos à lei do petróleo de 1922, redigida descaradamente por três empresas americanas. As concessões à Shell, Standard Oil e Gulf permitia cercar os campos petrolíferos com arame farpado e dispor de uma polícia própria. Não havia permissão sequer para transitar pelas estradas que escoavam o petróleo aos portos. Segundo a revista Time de 11 de setembro de 1953, citada por Eduardo Galeano nas “Veias Abertas da América Latina”, um negociante de petróleo americano declarava cinicamente em Caracas “Aqui, as pessoas têm a liberdade de fazer com o dinheiro o que quiserem; para mim, esta liberdade vale mais do que todas as liberdades políticas e civis juntas”. É claro, sempre que isso seja em benefício das minorias privilegiadas. Na década de
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
A TRISTE HISTÓRIA DA VENEZUELA
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