sexta-feira, 9 de outubro de 2009

LUCRANDO COM A VIDA HUMANA

O Presidente norte-americano Barak Obama quer criar um sistema público de saúde no seu país, de modo a incorporar neste programa 50 milhões de cidadãos que carecem de qualquer tipo de atendimento médico. Tal notícia passaria despercebida se não fosse que tal proposta ocorre no país mais rico do mundo. Sinto compaixão pelo pobre presidente. Ele é um verdadeiro Quixote, assim como foi a Hillary Clinton na época em que era primeira dama do governo do democrata Bill Clinton. Quando a charmosa mulher do presidente iniciou a campanha para implantar um serviço universal e gratuito de saúde no seu país, as grandes corporações de Planos de Saúde, assim como os congressistas republicanos, a atacaram acusando-a de comunista. Medicina socializada, o que é isso? – diziam – estão atacando nossa liberdade de escolha para atender a quem quisermos. Desesperados, questionavam que o país ia rumo ao comunismo. Podem imaginar o que aconteceu com a nossa heroína. Foi confinada a cantar musiquinhas para crianças democratas, posando candidamente ao lado do presidente, e proibida de sugerir ideias descabeladas. Os Planos de Saúde privados foram criados durante o governo de Richard Nixon, e homologados como entidades majestosamente lucrativas por um de seus sucessores ideológicos, John W. Bush. Sim, esse mesmo. Durante seu governo, premiou alguns congressistas que lhe ajudaram a aprovar uma lei para venda de remédios aos idosos, armadilha muito bem feita para os laboratórios ganharem muito dinheiro. Quando a lei foi sancionada, alguns dos congressistas renunciaram para ocupar altos cargos executivos nas empresas farmacêuticas. Lindo não?
Se lembram do 11 de setembro? Existiram muitos heróis voluntários que trabalharam no marco zero, ajudando a resgatar sobreviventes no meio dos escombros das torres gêmeas. Houve uma grande festa em agradecimento aos trabalhos realizados. Muitos deles ficaram doentes por causa da poeira contaminada. Nunca foram tratados nem atendidos pelo governo.
Foi quando o cineasta Michael Moore descobriu que na Base norteamericana de Guantânamo, em Cuba, os terroristas presos do Al Qaeda eram tratados com os serviços médicos mais sofisticados. Não pensou duas vezes. Pegou três navios e levou os heróis doentes do 11 de setembro para serem tratados naquela base, com o intuito de apenas pleitear as mesmas regalias que os terroristas recebem. Imaginem o que aconteceu, foram expulsos. Que tragédia. Bom, nem tanto. Como estavam em Cuba, se dirigiram ao Hospital da Havana, no qual foram atendidos integralmente em todas suas doenças, e o que é melhor, gratuitamente. Ganharam até os remédios de graça. Isso me faz lembrar que os canadenses preferem visitar Venezuela, apesar da escassez de livros, do que ficar doentes nos Estados Unidos de Norteamérica.
Victor Alberto Danich - Sociólogo

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