O golpe militar em Honduras contra um presidente eleito constitucionalmente, não é resultado de um acontecimento casual, e sim de um processo histórico de amplas conseqüências na história de América Central. Nos últimos anos do século 19, um bandido de nome William Walker, ao serviço dos banqueiros Morgan e Garrison, comandando uma quadrilha de delinqüentes, invadiu, durante sucessivos ataques, a Nicarágua, El Salvador e Honduras. Com o apoio claro do governo dos Estados Unidos, ocupou os territórios para oficializar o famoso e tão sonhado quintal americano. Em 1912, arrematando a odisséia, o presidente estadunidense William H. Taft declarava: “Chegou o dia em que a bandeira de listras e estrelas marcará a extensão do nosso território, uma no Pólo Norte, outra no Canal de Panamá, e outra no Pólo Sul” – e continuava – “Todo o hemisfério será nosso, de fato, como, em virtude de nossa superioridade racial, já é nosso moralmente”. Na mesma época, o ex-presidente Teddy Roosevelt se vangloriava de ter inventado o Panamá, obrigando a Colômbia a perder parte de seu território, ao preço de uma indenização vergonhosa.
Os “marines” desembarcavam por todos os territórios para “proteger a vida e os interesses dos cidadãos norte-americanos”, que era a justificativa para que as empresas se apoderassem integralmente dos patrimônios públicos desses pobres países centro-americanos. As repetitivas expedições serviram para consolidar os grandes negócios dos banqueiros de Wall Street, ajudando a submeter à Nicarágua aos interesses do banco Brown Brothers. A invasão da República Dominicana, em 1965, foi para defender os interesses da United Fruit, famosa por ter transformado em repúblicas bananeiras a Guatemala (invadida em 1954, ao mando de Foster Dulles), Honduras, Costa Rica, Panamá, Colômbia e Equador. Toda uma conquista do capitalismo norte-americano feito a tiros de fusil. As grandes famílias donas de latifúndios, assim como os ditadores de opereta, escolhidos a dedo pelos grandes bancos, sempre foram os beneficiários locais das políticas impostas pelas grandes corporações. Nunca as bombas dos invasores norte-americanos conseguiram vencer os camponeses de Augusto César Sandino, que obrigou estes a assinarem um tratado de paz na Nicarágua. O herói sandinista durou pouco tempo. Foi assassinado por Anastácio Somoza, ao mando do embaixador norte-americano Arthur Bliss Lane. A tarefa estava cumprida. Os ditadores centro-americanos podiam respirar tranqüilos para usufruir as benesses do império. Não é de estranhar que os movimentos populares atuais, conduzidos por líderes carismáticos e polêmicos, criminalizados sem parar pela mídia conservadora, sejam resultado da luta por recuperar as riquezas perdidas. Neste laboratório da miséria, fica muito claro quem são os verdadeiros culpáveis deste desenlace histórico.
Victor Alberto Danich - Sociólogo
Os “marines” desembarcavam por todos os territórios para “proteger a vida e os interesses dos cidadãos norte-americanos”, que era a justificativa para que as empresas se apoderassem integralmente dos patrimônios públicos desses pobres países centro-americanos. As repetitivas expedições serviram para consolidar os grandes negócios dos banqueiros de Wall Street, ajudando a submeter à Nicarágua aos interesses do banco Brown Brothers. A invasão da República Dominicana, em 1965, foi para defender os interesses da United Fruit, famosa por ter transformado em repúblicas bananeiras a Guatemala (invadida em 1954, ao mando de Foster Dulles), Honduras, Costa Rica, Panamá, Colômbia e Equador. Toda uma conquista do capitalismo norte-americano feito a tiros de fusil. As grandes famílias donas de latifúndios, assim como os ditadores de opereta, escolhidos a dedo pelos grandes bancos, sempre foram os beneficiários locais das políticas impostas pelas grandes corporações. Nunca as bombas dos invasores norte-americanos conseguiram vencer os camponeses de Augusto César Sandino, que obrigou estes a assinarem um tratado de paz na Nicarágua. O herói sandinista durou pouco tempo. Foi assassinado por Anastácio Somoza, ao mando do embaixador norte-americano Arthur Bliss Lane. A tarefa estava cumprida. Os ditadores centro-americanos podiam respirar tranqüilos para usufruir as benesses do império. Não é de estranhar que os movimentos populares atuais, conduzidos por líderes carismáticos e polêmicos, criminalizados sem parar pela mídia conservadora, sejam resultado da luta por recuperar as riquezas perdidas. Neste laboratório da miséria, fica muito claro quem são os verdadeiros culpáveis deste desenlace histórico.
Victor Alberto Danich - Sociólogo
Parabéns pelo contexto e proposta deste seu blog, gostei! é de puro bom gosto e seriedade, já sou seu seguidor! abs
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