terça-feira, 8 de dezembro de 2009

LULA, O FILHO DO BRASIL

Lendo a revista Veja na biblioteca, de modo a não gastar dinheiro inutilmente, vi um artigo sobre o filme “Lula, o filho do Brasil”. Como sempre, o pasquim aproveita qualquer oportunidade para desmerecer o nosso presidente. Torna-se evidente que a direção da revista deixa nas mãos dos articulistas o uso indiscriminado de juízos de valor, que permeiam a ideologia reacionária dos mesmos. Tal prerrogativa é feita de propósito, já que a linha editorial está direcionada aos setores mais conservadores da sociedade. Entende-se isso como a melhor forma de ganhar dinheiro, inserindo propagandas de uso pecuniário misturadas com artigos focados nesse tipo de consumidores. Nada melhor do que atender as certezas dogmáticas dos leitores cativos. Reforçar o preconceito dos setores mais privilegiados da sociedade através da mídia, tem como resultado um negócio muito lucrativo. O ato falho fica sintetizado na coluna de Diogo Mainardi, do qual tenho a suspeita de que padece de uma "disfunção freudiana", de tanto insistir em atacar o presidente Lula. Durante as campanhas, Luiz Inácio da Silva sempre foi criminalizado de forma monstruosa através da internet. Eram ditas coisas inimagináveis, vergonhosas, próprias de indivíduos covardes escondidos no anonimato. O que há de errado em fazer um filme que apague de vez tamanha vergonha? Porque o povo humilde não tem o direito de construir e admirar um ídolo popular? Qual é o problema, depois de tantos anos, os brasileiros recuperarem sua auto-estima através de um ícone público admirado no mundo todo? O povo humilde tem todo o direito de emocionar-se ao conhecer a vida de uma pessoa que nasceu entre eles, assim como a necessidade de sentir que está sendo valorizado pela primeira vez como ser humano. Desconhecer tal realidade é esconder, através de um apagão mental, o resultado de todas as políticas públicas de distribuição de renda realizadas nestes últimos oito anos (com muito sucesso), e que tanto ajudaram aos setores mais pobres da sociedade. Se essa iniciativa tem como resultado a "construção de um mito", que seja bem-vinda. Falham os articulistas Diego Escosteguy e Otávio Cabral, em dizer que o presidente observou de mãos atadas "uma recessão econômica de quase dois anos". Porque não esclarecem que Lula recebeu um país tecnicamente em "default", com reservas no Banco Central esgotadas? Será que um país se reconstrói por decreto, ou é necessário um tempo para recuperá-lo? A prova inquestionável de sua liderança, está demonstrada pela capacidade do Brasil em atravessar virtuosamente a crise atual. Sinto muita pena desses senhores, que são incapazes de controlar seu ódio ao dizer que "Lula é o mais improvável dos presidentes brasileiros". Tal opinião esconde a ideologia da soberba, típica daqueles que sonham com a auto-realização, e que, por inépcia ou frustração, não logram atingir. Coitadinhos. É por isso que observam a realidade como se fosse um filme, porque são incapazes de tornarem-se protagonistas.
Victor Alberto Danich - Sociólogo

4 comentários:

  1. Victor,

    O Mainardi não é parâmetro pra nada, ele debocha de todo e qualquer um. Lula é apenas um alvo fácil.

    Quanto ao que se dizia de Lula na internet e na imprensa... bem, é o que acontece com quem está em evidência, não só com Lula. A vítima da vez é aquela garota da UNIBAN, Geisy Arruda, que a mídia está aproveitando para colocar em evidência mas que os anônimos da internet não estão perdoando.

    Quanto ao ídolo popular ligado à política, isso é algo que o Brasil realmente precisa, pra parar de admirar jogador de futebol. O problema é QUANDO. Lançar um filme mitificador à vespera de uma eleição é abusar da confiança.

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  2. Victor,admiro como um sociólogo com cultura e informações acima da média nacional, publicar em seu próprio blog uma asneira de tamanha envergadura.
    Lula nunca teve auto estima nem seus eleitores, para ser recuperada.
    Distribuição de renda? Ele está tirando muito de poucos para dar uma esmola pouca para muitos e garantindo seus votos de cabresto. A classe média não aguenta a carga tributária.A crise ainda não atingiu o Brasil. Verá após 2010.
    Lula age como um Hobin Hood sul americano e enxerga o País como um guerrilheiro idiota dividindo-o em pobres bons e ricos maus. Ele se tornou um símbolo de uma classe que não tem apreço por cultura nem por trabalho e ainda por cima adepto ao vício da bebida, a estes ele representa muito bem.Nunca tivemos um Presidente tão achincalhado.
    O Brasil é isto: Um País que elege um macaco, um bode como vereador e um índio como Deputado Federal, pode, muito bem, eleger um Presidente que mente,inaugura promessas,alcólatra,despreparado, faz jogo sujo por bravatas assumidas e se vê sem vergonha alguma cercado por bandidos assumidos por se julgarem importantes. Ainda, por cima, viaja pelo mundo cometendo gafes e falando asneiras.Por onde ele passa, nós somos carne de 2ª em açougue de 3ª.
    O Brasíl é isto: Um País corrupto na essência, acomodado e acovardado para gerar mudanças. A sobra nos satisfaz.

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  3. Estimado Victor, sou Elisabeth,
    Que outrora recebeu um elogio seu ao escrever artigo positivo sobre Lula no Correio. Hoje quero parabenizá-lo pelo artigo que retalhaste a Veja sobre o filme Lula. Amei! Você é estupendo, mesmo com as palavras, com sua memória, seu conhecimento e sua habilidade com as palavras. Você aqui em Jaraguá é nosso PATRIMÔNIO CULTURAL-INTELECTUAL AMBULANTE !!!! Hehehehehe... Eu perdi até a vontade de ler a Veja, pois nunca redigem nada a favor deste Governo. Eu recebi seu artigo através do Dionei. Queria saber se você enviou este artigo para a revista, se ela publicou, e se saiu no Correio do Povo, ou outra publicação, pois ficaria muito satisfeita se a tal revistinha tivesse a coragem de publicar teu artigo. E por falar em retaliação, aquele comentarista da rádio Jaraguá, ao meio dia, o Chico, também discrimina abertamente nosso Governo com palavras injustas e descabidas. Soube que ele já foi um Zé ninguém, e hoje pensa que sabe das coisas... Desejo-lhe um excelente ano, e que a Energia Cósmica lhe propicie sempre saúde, bem estar e prosperidade e ações!
    Abraços.
    Elisabeth.

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  4. Prezado Altamirando,
    Imagino que o senhor deve ser um inimigo político do presidente, já que suas palavras deixam transparecer um ódio incontrolável nas suas expressões. As minhas colocações têm um direcionamento diferente, centradas em fato reais dos quais fui partícipe. Acompanho a trajetória sindical e política de Lula desde 1978, de muito perto, já que morei durante 16 anos no Bairro Assunção de São Bernardo do Campo, próximo à casa do presidente. Formei-me de sociólogo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul junto com Regina Bachiega, que era assessora do Lula no Sindicato dos Metalúrgicos. Foi ela que ajudou a criar o Instituto de Capacitação Sindical em Cajamar, e que propiciou a minha aproximação com as Comunidades Eclesiais de Base daquela cidade, que tanto ajudaram aos trabalhadores naquelas épocas conturbadas de repressão policial. Não houve um dia sequer que tenha faltado aos comícios de Vila Euclides. Vivi os discursos do Lula em toda sua intensidade, muito mais claros e convincentes daqueles que a própria investidura atual lhe impede. Entretanto, dizer que o nosso presidente se tornou “um símbolo de uma classe “que não tem apreço por cultura nem por trabalho” é um juízo de valor que paira de preconceito classista. Mais ainda, tratar o presidente de bêbado porque toma algumas cervejas, resulta inacreditável. Acho que o senhor nunca esteve em Blumenau, de modo a observar o que é saborear uma gelada, além de ser incapaz de entender o que essa bebida, em termos culturais, representa para o povo brasileiro. Ou será que somos todos bêbados?
    Não quero entrar em discussão sobre o desempenho do presidente. O senhor poderá ler minha última postagem do ano 2010. O importante é saber que Lula é o mais popular de todos os presidentes que Brasil já teve. E o povo não é bobo, como o senhor supõe. O povo sabe muito bem como identificar uma liderança. Não apenas são os setores mais humildes da sociedade que tem essa percepção. Intelectuais de peso também compartilharam essas opiniões. Podemos citar o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (em lado oposto por circunstâncias políticas), assim como o educador Paulo Freire e o magnífico sociólogo Florestán Fernandez. Esses nomes já são suficientes para validar o Lula na nossa terra e no imaginário coletivo. Sem contar à admiração que nosso presidente desperta no mundo todo. Não por acaso foi eleito o estadista do ano 2009. Tampar os olhos para essa realidade é apenas uma justificativa ideológica, que tenta desmerecer a capacidade de um verdadeiro líder popular, que teve a capacidade de comandar uma equipe altamente eficiente durante estes anos de governo. Tanto é assim, que Brasil tornou-se um modelo de sucesso na economia mundial.
    Atenciosamente,
    Victor

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