Quero contar uma pequena história de economia e aventureiros. Vou começar lembrando a crise de 1929. Naquela época havia investidores que especulavam com ações na Bolsa, comercializando papéis com valores que não condiziam com a real situação das empresas. De repente, os preços das ações começaram a cair, os acionistas entraram numa corrida desenfreada para tentar vendê-las, mas não havia pessoas interessadas. As indústrias se viram forçadas a desacelerar o ritmo da produção e, conseqüentemente, a despedir milhares de trabalhadores, afetando o mercado consumidor. Parecia que a “mão invisível” que regulava o mercado se desmoronava na frente dos atônitos ideólogos do liberalismo econômico. O economista John Maynard Keynes sugere abandonar a premissa da automaticidade do mercado, distribuindo a riqueza através do Estado. Legal não? Com a adoção desse plano, o governo passava praticar o intervencionismo econômico. Atualmente, passado um mês do inicio das turbulências internacionais causada pela crise do mercado hipotecário norte-americano, o presidente daquele país anunciou que estava criando uma ajuda emergencial aos “tomadores de empréstimos”, que são aqueles que hipotecaram várias vezes suas casas para entrar no orgasmo do consumo desenfreado. Tais “picaretas anônimos” são tratados como “pobres tomadores de crédito hipotecário com histórico de despejo”. O presidente Bush, a contragosto, implantou, no melhor modelo Keynesiano, o “Bolsa burguesia”, destinada a ajudar com mil dólares, como mínimo, a cada esperto em desgraça. A vida da cada voltas, nê? Resulta engraçado o presidente Lula ligar para seu colega e dizer: “é o seguinte meu filho, o Brasil está há 26 anos sem crescer. Agora que a gente está crescendo vocês vêm atrapalhar?” O Brasil cresce com políticas públicas direcionadas a assistir cidadãos que estão na base da pirâmide social, dando de comer aqueles que nada possuem, aqueles que precisam escapar de décadas de desigualdade social, e aqueles que são, mais do que nada, nossos irmãos. O maior triunfo do Brasil foi transformar o “Bolsa Família” num produto de exportação com know-how gastronômico, com capacidade de salvar bancos e vidas.
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