O título deste artigo são palavras de Frei Betto, ignoradas pela mídia de pasquim, que peca pela incapacidade de usar o recurso da contextualização histórica para explicar os fatos sociais na forma como realmente acontecem. A liberdade de imprensa só funciona quando se livra das amarras do sectarismo conservador que a alimenta economicamente. No entanto, essa mesquinharia é ultrapassada por acontecimentos muito difíceis de serem filtrados, porque circulam em tempo real ao redor do mundo. Apenas os desinformados não sabem disso. E mesmo sabendo, as próprias frustrações ideológicas, politicas ou de classe, não lhes permitem fazer essa leitura. O que se segue é do intelectual britânico Anthony Giddens, diretor da London School of Economics and Political Science (LSE), que recepcionou o então presidente Lula com as seguintes palavras: “O senhor ganhou a chance de mudar o mundo”, na oportunidade em que fez o discurso de abertura dessa instituição. Os mais avisados devem-se lembrar da ocasião em que Lula foi o 16º agraciado com o título de doutor honoris causa pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris em 140 anos de história que, entre outras particularidades, é uma honraria concedida pela primeira vez a uma personalidade latinoamericana. Não apenas isso, a consagração máxima que um presidente do Brasil e do mundo já teve, veio com o prêmio de Estadista Global, nada menos que no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), como primeira edição da homenagem, criada para marcar o aniversário de 40 anos desse evento. Seu fundador, Klaus Schwab, disse na oportunidade que “O presidente do Brasil tem demonstrado verdadeiro compromisso com todas as áreas da sociedade" – e arrematou – “O presidente Lula é um exemplo a ser seguido pelas lideranças globais, pelo seu compromisso em continuar de mãos dadas com o objetivo de integrar crescimento econômico e justiça social”.
No entanto, além do compromisso retórico dessas homenagens, o fato real se reflete na sua atuação efetiva como uma liderança que assentou as bases para um Brasil mais solidário, cuidando de não ultrapassar os condicionantes de um modo de produção capitalista, mas optando pelo desenvolvimento em função de políticas públicas de inclusão social. O silêncio por parte de um setor da sociedade em reconhecer o destaque universal de um brasileiro nordestino, esconde de forma disfarçada o pior que existe do preconceito social e de classe. Apesar disso, não há nada melhor do que saber que a grande maioria da população brasileira reconhece nele o líder político que venceu o medo através da esperança. Não apenas pela função que Lula exerceu como presidente do Brasil, senão como aquele ser humano que, numa trajetória de “político orgânico” segundo as palavras de Paulo Freire, ajudou a modelar os rumos da política brasileira por meio das lutas populares pela cidadania plena. Esse homem que nasceu brindado pelo dom da oratória, converteu-se no grande protagonista deste século, do Brasil e do mundo, no qual a luta contra a desigualdade e a pobreza tornou-se a prioridade máxima de sua agenda política, apesar dos inimigos da civilização pintados de democratas.
Prof. Victor Alberto Danich
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