O título desta crônica parece um ato falho machista? Parece, não é? Antes de ficarem chateadas comigo, as donzelas devem saber que por cada mulher pouco inteligente existe um homem com as mesmas características. Se não fosse assim, seria uma injustiça, porque sobrariam homens e mulheres em todo canto do planeta. E isso não ocorre porque os pares se juntam. Ainda bem. Ao final, sempre há alguma dose de masoquismo nos encontros amorosos, que ocorrem por necessidade ou desespero.
Como a retórica da conquista (nem sempre) pertence ao homem, o mesmo está propenso a tentar por assimilação ou múltipla escolha. Se o sujeito for meio bobo, deve tentar tantas vezes até encontrar seu congênere (estou falando disso intelectualmente). Por outro lado, se for inteligente e bonito, grande parte do repertório da pesquisa está assegurado, já que o esforço em ser notado torna-se secundário. Nessa parte do processo encontra-se o perigo. Vamos imaginar uma mulher super-bonita, que aparece diariamente nas colunas sociais. O bonitão se aproxima, ela sente sua presença e exercita todo tipo de mecânica de sedução visual: olhar distante com os olhos entrecerrados, posição de estátua da sétima arte e outras coisas do gênero. Nosso amigo inteligente (condição indispensável) deve fazer a pergunta padrão – a gente não se conhece da faculdade de filosofia? – e se a resposta for de onde é tal agência, deve partir para o próximo intento. Talvez seja mesmo no meio acadêmico ou nos lugares mais inesperados. O olho clínico do nosso conquistador deve estar aguçado para a escolha. Uma apresentação musical? Teatral? Um congresso? Um seminário? Uma biblioteca? Uma livraria?
Isso mesmo! Uma livraria. Vamos ao ataque. A mulher bonita está olhando um livro. Se for de auto-ajuda ou esotérico, pode esquecer. Se for de gastronomia, bom, isso prognostica o futuro. E se estiver folheando economia política ou alternativas educacionais? Se aproxime, veja o título e o autor. Paulo Freire? Eduardo Galeano? Darcy Ribeiro? Florestan Fernandes?
Nesse caso encontrará uma mulher inteligente e combativa. Vale a pena apostar nela? Depende do posicionamento político do marmanjo. Se estiver folheando poesia ou coisas similares, o sujeito deve estar capacitado para conviver com donzelas sublimadas. Se, por fim, se aproxima e intenta um início de conversa e o sorriso da bela se abre para o diálogo dialético, pode apostar que tudo dará certo intelectualmente. O próximo passo é usar a inteligência para o jogo amoroso. Tudo isso vale para os feios inteligentes também. Sem preconceito.
Como a retórica da conquista (nem sempre) pertence ao homem, o mesmo está propenso a tentar por assimilação ou múltipla escolha. Se o sujeito for meio bobo, deve tentar tantas vezes até encontrar seu congênere (estou falando disso intelectualmente). Por outro lado, se for inteligente e bonito, grande parte do repertório da pesquisa está assegurado, já que o esforço em ser notado torna-se secundário. Nessa parte do processo encontra-se o perigo. Vamos imaginar uma mulher super-bonita, que aparece diariamente nas colunas sociais. O bonitão se aproxima, ela sente sua presença e exercita todo tipo de mecânica de sedução visual: olhar distante com os olhos entrecerrados, posição de estátua da sétima arte e outras coisas do gênero. Nosso amigo inteligente (condição indispensável) deve fazer a pergunta padrão – a gente não se conhece da faculdade de filosofia? – e se a resposta for de onde é tal agência, deve partir para o próximo intento. Talvez seja mesmo no meio acadêmico ou nos lugares mais inesperados. O olho clínico do nosso conquistador deve estar aguçado para a escolha. Uma apresentação musical? Teatral? Um congresso? Um seminário? Uma biblioteca? Uma livraria?
Isso mesmo! Uma livraria. Vamos ao ataque. A mulher bonita está olhando um livro. Se for de auto-ajuda ou esotérico, pode esquecer. Se for de gastronomia, bom, isso prognostica o futuro. E se estiver folheando economia política ou alternativas educacionais? Se aproxime, veja o título e o autor. Paulo Freire? Eduardo Galeano? Darcy Ribeiro? Florestan Fernandes?
Nesse caso encontrará uma mulher inteligente e combativa. Vale a pena apostar nela? Depende do posicionamento político do marmanjo. Se estiver folheando poesia ou coisas similares, o sujeito deve estar capacitado para conviver com donzelas sublimadas. Se, por fim, se aproxima e intenta um início de conversa e o sorriso da bela se abre para o diálogo dialético, pode apostar que tudo dará certo intelectualmente. O próximo passo é usar a inteligência para o jogo amoroso. Tudo isso vale para os feios inteligentes também. Sem preconceito.
Victor Alberto Danich
Sociólogo